Menos é mais

Quem já não ouviu a popular : “Menos, é mais?!” Pois é, me peguei aqui com meus botões e comecei a refletir sobre o significado disso.

Na sociedade capitalista atual a palavra “menos” dificilmente se encaixa em algum lugar. Não consigo enxergar onde ela tem vez diante de um sistema econômico tão voraz em que o consumo é a pedra de toque, literalmente a alma do negócio. Então, “mais” é quem dita as regras por aqui. Queremos sempre ter mais dinheiro para conseguir comprar mais roupas, viajar mais, sermos mais bem-sucedidos e por aí vai…  Há, também quem faça listas intermináveis endereçadas a Deus, esperando que ele traga tudo isso, em troca de “se tornar um ser humano melhor” ou de ter feito alguma boa ação do dia, já ouvi de tudo…

A ideia (equivocada!) de que se tivermos mais dinheiro ou uma casa ampla com vista para o mar em alguma das ilhas das Bahamas preencherá algum tipo de vazio não passa de uma lorota que te contaram tempos atrás e você resolveu acreditar, sem piscar. Até certo ponto compreendo, pois cada vez que ligamos a TV ou folheamos uma revista a lavagem cerebral já está lá, pronta pra fazer mais uma vítima, se você topar, é claro. Apesar de, ainda me deixar iludir, às vezes, por algumas dessas crendices, por assim dizer, isso deixou de fazer sentido, para mim, já há algum tempo.

O fato é que todas as vezes que realizei projetos que eu considerava importantes, ou alguns nem tanto –  já nascia, automaticamente, em mim um desejo em realizar o próximo.  “Qual a meta agora, Fernanda? Ainda há muito a ser feito…” , pensava. E óbvio, não haveria nada de errado com isso, não fosse a voz sussurrando incessantemente no meu ouvido “ainda não está bom” ou ” vá em busca de mais alguma coisa porque ainda não é suficiente”. Com o tempo, comecei a notar que o fato de desejar mais e impor mais metas na minha vida não iriam contribuir ou tornaria mais fácil a conquista da minha felicidade.  Definitivamente, não me sentiria mais plena por isso.

Demorou, mas de certa forma, a ficha caiu. O fato é que comecei a notar que as circunstâncias da vida não passam de variáveis, que ora podem estar boas, ora ruins, assim como o clima que ora está ensolarado, ora está chuvoso. E eu não poderia mais deixar que um céu nublado ou até uma tempestade me arrebatasse daquela maneira. Além disso, por que  mesmo que eu deveria me deixar abalar tanto por estas mudanças circunstanciais  já que momentos bons e ruins, felizes e tristes fazem deste todo maior chamado vida? Por que não começar a me entregar para o momento presente  e tentar aceitar estas oscilações como ondas no mar ao invés de resistir a elas a todo instante?

Voltando um pouco para o “menos” da nossa história… esse sim agrega valor!  Não é algo negativo como você pode pensar, mas é, na minha opinião, onde você deveria colocar a sua atenção neste momento, sob pena de tornar sua felicidade algo inatingível. E ela não é uma meta, tampouco inatingível. Ela esta aí, diante do seu nariz, mas de tão perto, você não a enxerga.  Dance, ria alto, solte-se e abrace as infinitas possibilidades deste momento! Certamente você estará mais próxima dessa tal “felicidade” que te venderam como um pacote completo, mas que na realidade nada mais é que cada momento vivido plena e intensamente. Quando você volta a sua atenção para os pequenos gestos do dia-a-dia, como um sorriso, um abraço, uma gentileza –  ou mesmo aquela frase que você ouve quando está passando por uma crise braba: ” vai dar tudo certo, você vai ver” – você, de fato, acaba achando mais graça neste mundo doido e é daí que vai brotando uma certa gratidão por simplesmente estar aqui e vivo! E tudo isso está disponível aí para você, agora, mas você, muitas vezes ou ignora ou faz vista grossa.

Faça um favor a si mesma: não saia por aí comprando mais uma ideia do que você precisa ter ou, ainda, do que você precisa se tornar para ser feliz. A simplicidade, é certamente, algo que nunca tentaram te vender. É óbvia demais. Está aí na sua cara e você não se dá conta.  Não tem preço, mas tem um valor imensurável. Saia em busca do “menos”, do que é essencial em você e desfrute da condição de ser – porque ter, todo mundo pode ter, agora ser não é pra qualquer um… Livre-se dos rótulos e apenas seja!

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Novos rumos

 

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Os acontecimentos são transitórios. VOCÊ não. Investigue se você é quem imprime alegria e contentamento aos acontecimentos da sua vida ou se são eles que trazem a felicidade até você. Será mesmo que você necessita que algo aconteça para se sentir mais pleno? Não se engane, uma vez que você realize o tal “sonho” seja ele qual for, precisará de outro para pôr no lugar. Procure pelo que fica e não pelo que vem e vai.

Para essa investigação se concretizar um dos caminhos é a meditação. E isso não tem nada a ver com ser budista, andar com roupas exóticas ou ter peregrinado pelo Oriente. Nada disso. Apenas uma prática que você introduz na sua vida e que pode te trazer inúmeros benefícios.

Ela nada mais é que você praticar o “estar no presente”, neste momento aqui e agora. E, inevitavelmente, para que isso aconteça é necessário um pouco de silêncio.

O que compartilho aqui são apenas experiências pessoais. Não há verdades absolutas. Você experimenta, gosta, e pronto, já aderiu. Se não, larga. Simples assim. Não tem mistério.

Para começar, experimente sentar-se e fechar seus olhos onde se sentir confortável. Tente respirar de modo natural, sem esforço. Recomendo um lugar tranquilo para que você não tenha muitas distrações. Deixe os pensamentos virem. Não tente afastá-los ou “brigar” com eles. Se fizer isso dará mais combustível a eles. Simplesmente não dê atenção. Relaxe. Para quem nunca tentou e quer começar a meditar recomendo que comece se comprometendo com 2 minutos por dia. Marque o tempo com um relógio.

Algo que aprendi entre leituras, conversas e palestras em que estive presente é que existem inúmeras técnicas, mas a meditação em si, é única. É um estado do ser. Portanto, seja qual for a técnica que você escolher estará no caminho certo, um caminho que, quem sabe, possa te render ótimos frutos.

Boa sorte!

 

Por que tanta pressa?

Das duas, uma: ou você está indo ou está vindo, já reparou? Você raramente para! Por que raios você não pode parar um pouco?

Sei que o dia-a-dia- o seu, o meu, o nosso – é atribulado, cheio de tarefas e na maioria das vezes temos que tomar decisões rápidas. Mal dá tempo de pensar. Sei disso. Mas se faz necessário uma pausa em algum momento para que você “recarregue” a bateria. Às vezes, basta uns poucos minutos de quietude.

Parar é fundamental para que você observe o que está acontecendo ao seu redor, para se dar conta do que vai no seu interior e, assim, ser capaz de tomar decisões mais conscientes.

Todos estamos em busca de uma sentimento de plenitude. É isso o que as pessoas buscam: sentir-se mais plenas. Cada um busca isso em um lugar diferente: uns buscam no casamento, outros tendo filhos, outros viajando solitários. Mas o que precisamos nos dar conta é que todos esses eventos são circunstâncias. Elas passam. Simples assim. E você? Você vai ou fica? Reflita um pouco. Não raro condicionamos nossa felicidade a eventos que aparecem e desaparecem. Sim, pode até durar, não é esse o ponto. Quero apenas dizer que o seu bem-estar independe de circunstâncias da sua vida simplesmente porque nenhuma delas é eterna, são transitórias. No momento em que soube disso percebi que toda aquela segurança que eu buscava nas circunstâncias da minha vida: estudo, trabalho, namoro, amigos era ilusória e que a única responsável pelo meu bem-estar era eu mesma.

As pessoas costumam dizer “Ah! Quando eu casar, aí sim serei realizada. Ou “Quando tirar férias e viajar vou conseguir relaxar.”  É inegável que isso pode acontecer, de fato, mas o problema é que isso é um buraco sem fim. Digo isso porque você sempre está condicionando seu bem-estar, sua felicidade a um evento futuro. Nunca está TOTALMENTE  bom, sempre há uma coisa fora do lugar, uma lacuna, por assim dizer.” Ah, tá bom, mas quando eu mudar de emprego, quando for promovida, quando conhecer “o cara” …(rs). Como eu disse, a lista de desejos não termina nunca. O negócio vai longe.

A grande sacada é você viver no agora, viver esse momento plenamente! É isso que você tem …então entregue-se. A vida sempre está no presente porque o passado e o futuro são só ideias, o que flui mesmo é sempre o aqui e agora. Se você olha pra trás e pensa isso já é uma ideia, e, diga-se de passagem- uma interpretação do que ocorreu la atrás  e, o mesmo acontece com o futuro,-  são apenas pensamentos, ideias. Ter em mente que a única coisa que você tem é o presente já finca seus pés no chão e isso, sim, tem um poder transformador incrível.

Mova-se para onde o vento está te levando. Parece difícil ou impraticável? Experimente!  Solte-se e veja se não é mais fácil ir nessa direção. Você também pode tentar ir contra ela, provar por todos os meios que você consegue aquilo a todo custo,  mas observe se não é mais penoso fazer isso.

Quer começar a academia, o regime ou qualquer outra coisa que possa te fazer bem, faça, mas se não o fizer, aceite isso e viva este momento. Não se culpe por não cumprir tudo o que você havia planejado, permita-se relaxar um pouco até no “não fazer nada”, afinal de contas é tão bom, não é?!